Orgulho LGBTQIAPN+: sua empresa realmente acolhe a diversidade?​

Estamos no mês do Orgulho e com ele vemos uma grande quantidade de campanhas, bandeiras coloridas e comunicados institucionais celebrando o orgulho LGBTQIAPN+ (oficialmente na data de 28 de junho).​ Leia a seguir o artigo de Luiz Goi, Head de ESG – ESG Now sobre o tema.

Para muitos esses movimentos são uma data simbólica, uma forma de buscar espaço na sociedade por direitos, para outros, apenas uma obrigação de agenda nas organizações e, para a ESG Now, é um lembrete importante para que as pessoas e corporações tenham em mente que a diversidade só tem valor quando se traduz em inclusão verdadeira e quando se integra à ética da organização e ao respeito inegociável pelas pessoas através da equidade de voz e oportunidades.​

Diversidade nunca foi um favor que as empresas fazem aos grupos LGBTQIAPN+, se trata de consolidar uma reflexão sobre o respeito às pessoas independentemente da sua origem, etnia, orientação sexual, cor, religião ou gênero.​

Esse processo não se resume a ter meta de presença de pessoas LGBTQIAPN+ nos quadros da empresa ou ao uso oportunista das cores da bandeira, mas se trata da criação de um ambiente onde a integridade humana não é negociável e onde a pluralidade de identidades e vivências é respeitada como parte do que somos enquanto sociedade e tudo isso é transformado em produtividade ativa.​

Tenho insistido, em diferentes momentos, que governança ambiental, social e corporativa (ESG) ou, como prefiro dizer, integridade e estratégia, não podem fazer parte de um conjunto de ações isoladas apenas para proteger o caixa e a reputação das empresas. Não há exceção, o respeito às pessoas deve ser parte da estratégia de qualquer organização que pretenda permanecer relevante e íntegra.​

Diversidade sem inclusão é hipocrisia corporativa (seguindo um caminho ladeira abaixo). Não basta contratar pessoas específicas para atingir indicadores ou ocupar vagas simbólicas, o compromisso está no dia a dia: políticas claras contra discriminação, processos de promoção justos, canais de denúncia que realmente funcionem, capacitação para líderes sobre vieses inconscientes e, acima de tudo, o cultivo de uma cultura onde ninguém precise esconder quem é para ser aceito, respeitado e ter voz.​

Muitas organizações ainda falham ao tratar a D, E&I como uma ação ESG e não como um componente da sua estratégia. Quando reforço que governança ambiental, social e corporativa serve para proteger a reputação, é justamente disso que falo: uma organização que tolera a exclusão ou a violência simbólica contra pessoas por sua origem, etnia, gênero, orientação sexual ou religião, está corroendo sua credibilidade e criando passivos éticos e financeiros que, cedo ou tarde, se materializarão (além da perda de oportunidades vindas do pluralismo de ideias).​

Se tenho insistido que a ética se constrói nos pequenos gestos cotidianos, também reforço aqui que cada microagressão tolerada ou medidas tomadas baseadas em características não justas, são desvios silenciosos que comprometem a integridade da organização. Os grandes escândalos corporativos nascem desses pequenos desvios éticos, nunca do acaso.​

Portanto, nesse mês, durante essa reflexão, gostaria de fazer uma provocação: antes de estampar o arco-íris na sua comunicação, olhe para dentro. Sua empresa acolhe verdadeiramente pessoas, independentemente de quem são? Sua liderança está preparada para gerir a diversidade com integridade? Seu ambiente de trabalho é seguro e respeitoso para todas as identidades?​

Se a resposta for não, ou “não sei”, talvez seja melhor começar silenciosamente, fazendo a lição de casa, antes de se expor.​

Lembre-se que no final das contas, é tudo sobre pessoas. E não há estratégia mais relevante para uma organização do que ser, de fato, um espaço seguro, íntegro e inclusivo para todas as pessoas, com orgulho, todos os dias. Lembrar que diversidade, equidade e inclusão não são números e metas (por isso tantas estão caindo por terra), mas um meio de consolidar produtividade, criatividade e negócios justos.​

Escrito por Luiz Goi, Head de ESG – ESG Now.

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